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Cruz, força da vitória


A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina (1 Cor 1,18)

A morte de Jesus na cruz foi a maior demonstração do amor de Deus pela humanidade: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3,16)”. A Festa da Exaltação da Santa Cruz, celebrada a 14 de setembro, exalta a cruz - tal como na sexta-feira santa, quando a Igreja reverencia o símbolo da cruz com o gesto do beijo - como instrumento de salvação, que é caminho para a santidade e símbolo revelador da vitória de Jesus sobre o pecado, a morte e o demônio; e, em Cristo vencedor, também nossa vitória.


Esta festa litúrgica, que no oriente é comparada à Festa da Páscoa, ganha um novo impulso entre os católicos nos tempos atuais. O Papa Francisco, na Festa da Exaltação da Santa Cruz em 2014, nos faz entender o seu valor: “A cruz de Jesus exprime duas coisas: toda a força negativa do mal e toda a suave onipotência da misericórdia de Deus. A cruz parece decretar o fracasso de Jesus, mas, na realidade, marca a sua vitória. No calvário, aqueles que o injuriavam, diziam: ‘Se és Filho de Deus, desce da cruz’. Mas a verdade era o oposto: justamente porque era o Filho de Deus, Jesus estava ali, na cruz, fiel até o final ao desígnio do amor do Pai. E exatamente por isso Deus ‘exaltou’ Jesus, dando-lhe uma realeza universal”.


O subsídio litúrgico do Jubileu da Misericórdia (2015) nos diz que “através dos séculos, a cruz foi sinal do mais terrível dos suplícios e em certo sentido ainda hoje o é. De fato, quantos cristãos até hoje, em nome da cruz de Cristo, oferecem sua vida no martírio. Por isso, ela adquire um elevado valor simbólico, sobretudo nas terras e nas igrejas que ainda sofrem violências e opressões por causa da sua fé em Cristo morto e ressuscitado”.


Vivemos em tempos de descrença em que o ateísmo reina abundantemente e o sincretismo religioso toma um grande impulso, confundindo as pessoas a não acreditarem no poder redentor daquele que por nós morreu e ressuscitou como um sinal de loucura (1 Cor 1,23). No Antigo testamento, o povo hebreu, mordido pelas serpentes venenosas no deserto, era curado ao olhar para a serpente de bronze erguida por Moisés (Nm 21). Esta serpente de bronze já era uma prefiguração do Cristo que seria erguido na cruz do calvário e de seu poder salvador.


O apóstolo Paulo falou sobre a importância da cruz na vida do cristão. Para ele, a cruz não é símbolo de sofrimento, mas de vida nova: “Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo (Gl 6,14)”.


Quando Jesus declarou que deveríamos carregar a nossa própria cruz antes de segui-lo, para muitos, falta entendimento no que Ele está querendo dizer: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me (Mt 16,24-27)”. Ele não quer dar um sofrimento novo, Ele quer ser um conosco, unindo os nossos sofrimentos aos sofrimentos dele (Mt 11,28).


Que no dia dedicado à Festa Litúrgica da Exaltação da Santa Cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, possamos reverenciar o madeiro onde foi imolado o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Juntos, com toda a Igreja, podemos adorá-lo dizendo: eis o lenho da cruz, do qual pendeu a salvação do mundo; vinde, adoremos.


Tony Sá

Grupo de Oração Luz e Salvação

Diocese de Santarém (PA)

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